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Um doce para a Mané – Apelsinris

Tal como no caso da Laranjinha, foi através do bolo que dá nome ao seu blogue, e da já famosa cerveja com chocolate que conheci a Mané. Até à data tínhamos trocado apenas algumas palavras, mas depois de ter deixado um comentário a perguntar onde se podia comprar a cerveja, recebi da Mané um e mail no qual ela gentilmente se oferecia para me enviar umas garrafas da bebida para a Suécia. Foi um gesto de simpatia  e carinho para com uma pessoa que mal conhecia, que nunca esqueci.Volvido quase um ano estamos já festejar o primeiro aniversário do Bolo da Tia Rosa, e para a festa a Mané pediu-nos que trouxéssemos um prato de arroz.

 

Sabendo o quanto a Mané gosta da Suécia, quis preparar um doce, bem sabes que para ti tinha de ser um doce, tradicional por aqui e que usasse arroz como o seu ingrediente principal.

Da receita de Ris à la Malta já vos falei durante Dezembro quando nos preparávamos para o Natal. Encontrei entretanto uma versão do doce chamada Apelsinris, e que é apenas a mesma receita mas com pedacinhos de laranja misturados. Embora a combinação de sabores me tivesse interessado, queria para esta festa criar uma sobremesa um pouco mais rica e festiva. E porque não substituir a laranja por curd aromatizado com gengibre e decorado com umas folhinhas frescas de funcho?

Eu tinha prometido a mim mesma que nunca mais vos voltaria a garantir o sucesso de uma receita, mas neste caso estou tentada!  Não só é facílima e rápida de preparar, como é uma das sobremesas mais deliciosas que já fiz. E isto não é hipérbole de food blogger, acreditem.

 Como já vos contei há uns tempos, o viking detesta qualquer sobremesa como arroz. Quando me apetece arroz doce por exemplo, faço uma receita mínima, dois ou três pratinhos que vou comendo ao ritmo da minha gula da altura.

Desta vez preparei as duas tacinhas que podem ver aqui, e enquanto tirava as fotografias antecipava já sentar-me na varanda ao Sol a deliciar-me com o seu conteúdo, o que nunca cheguei a ter oportunidade de fazer. Antes de atacar a primeira taça perguntei ao viking se ele queria provar, foi má ideia, e o primeiro Ris à la Malta de que ele gostou tanto que comeu com enorme gosto a taça dele e metade da minha.  Esta é sem dúvida uma receita que vou repetir brevemente.

A receita:

Para o Ris à la Malta

As quantidades dependem um pouco do vosso gosto, mais natas ou mais arroz, mais ou menos doce. Para estas duas tacinhas usei:

 Ingredientes:

  •  0,5 dl de arroz
  • Água
  • 1 pitada de sal
  • 1 dl de natas batidas com um pouco de icing sugar

Preparação:

Cozam o arroz em bastante água com sal. Escorram-no, passem-no no água fria e deixem secar a arrefecer bem. (Eu cozo o arroz durante 8 a 10 minutos em água a ferver.)

Quando estiver frio misturem com muito cuidado o chantilly e guardem no frio até servir.

O curd:

Ingredientes:

  • 2 ovos
  • 75 gramas de açúcar
  • Raspa de uma laranja
  • Sumo de 2 laranjas e 1 limão (2,5 dl no total)
  • 2 colheres de sopa de manteiga
  • 1 colher de sopa de farinha Maizena ou Custard
  • 1 pitada de gengibre em pó

Preparação:

Numa tigela coloquem metade da raspa da laranja. Por cima da tigela coloquem um passador de rede.

Num tachinho de confiança (aquele que sabemos que não pega), misturem o açúcar, o gengibre, a farinha,  um pouco do sumo de fruta, e metade da raspa da laranja. Misturem bem para evitar grumos, acrescentem o resto do sumo e levem a lume médio sem parar de mexer. Em minutos vão começar a sentir o preparado a engrossar, continuem a mexer sempre até conseguirem ver o fundo do tachinho. Retirem do lume,  acrescentem a manteiga batendo bem.

Passem o preparado pelo passador de rede. Para evitar que  se forme uma “pele” na superfície do curd, cubram-no com película aderente enquanto arrefece. (O plástico tem de estar em contacto com o curd.)

Depois de bem frio, coloquem-no em tacinhas alternando com o Ris à la Malta. Decorem e sirvam.

(Vai sobrar algum curd que podem guardar no frio e servir em torradas, com gelado, ou outras sobremesas.)

28 opiniões sobre “Um doce para a Mané – Apelsinris

  1. Ana,
    A mesa de festa da Mané vai ficar linda com essas taças.
    Gostei imenso desse curd, especialmente pela pouca quantidade de manteiga. As sobremesas com arroz não são muito apreciadas lá por casa, mas ainda não desisti de fazer uma com sucesso.
    Beijinhos

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  2. Ia fechar o computador e cai uma Flag “anasbageri”, fiz escape para parar a função encerrar e fui ver o que era.
    Ó Ana… …tenho um sorriso muito doce nos lábios (garanto que a doçura não é só do Ris à la Malta, vai muito para além disso).
    Obrigada pelo doce arroz que me adoçou o coração
    Sente um abraço que vai daqui até aí:) 🙂 🙂 🙂 🙂 🙂

    PS Se o teu amado gostou ainda fico mais contente, significa que poderás saborear muito mais a dois

    (o teu post foi super ternurento…tenho de escrever, antes de enviar, um enormíssimo OBRIGADAAAAA)

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  3. Parabéns ao Bolo da Tia Rosa!! 🙂 Não conheço mas vou já espreitar!

    E que belo presente recebeu da Bageri (lê-se bageri ou bagueri?) da Ana. Curioso, é que me anda a apetecer arroz doce caseiro há dias, mas tenho resistido… até hoje. E com estas inovações e cores tão apelativas, já comecei a fazer contas de cabeça sobre o que preciso de comprar antes de ir para casa 😛

    You rock, Ana!

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    1. Ana, apesar de:

      – Ter lido mal a receita e ter cozido 0.5kg de arroz, sim, meio quilo de arroz…lololololololololol… só quando olhei para o pacote das natas e olhei para a quantidade astronómica de arroz percebi o meu erro. Enfim, nada se perde e agora há arroz feito para várias refeições 🙂

      – Ter tentado fazer chantilly com natas para culinária porque estava convencida que tinha das outras

      – Ter usado canela em vez de gengibre, ainda tenho alguma desconfiança em relação ao gengibre, confesso

      – Não ter deixado as duas partes mais tempo no frigorífico

      a receita foi: SUCESSO, SUCESSO, SUCESSO, fica lindíssimo, é simples de fazer, olha, é tudo de bom!

      Depois mando umas fotos que tirei para te mostrar.

      Beijinhos

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  4. Também eu não era muito adepta de doces com arroz, mas agora… Bom, estou terrivelmente tentada! Vou colocar de lado esta receita para fazer em breve. Obrigada!

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  5. Quando encontro receitas assim só me ocorre a frase keep it simple. De aspecto um verdadeiro regalo para os olhos, e com ar de primavera. Quanto ao sabor… prometo que irei descobrir e muito em breve!

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  6. Ai ai ai, que eu adoro arroz doce e estou solitária lá em casa (o Vel não é muito fã de doces, a menos que sejam com café, chocolate ou limão/lima, e muito menos de sobremesas com arroz – arroz é salgado, não é doce!). Portanto, esta sobremesa é perfeita para mim, e nem lhe vou dar a provar, não vá ele ter gostos viking!

    Também deve ficar bem com coalhada de limão, não? É que acabei de receber uns kilitos de limões de um colega de trabalho e estava a pensar utiliza-los, quem sabe, nesta bela sobremesa 🙂

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  7. 1 – As fotos estão com uma luminosidade ótima
    2 – As taças estão lindas mas lindas… até dá pena estragar.
    3 – Está mais do que visto que tenho mesmo de experimentar o tão badalado Curd de Limão.

    Eu sou fanática por arroz doce, mas como o meu moço também não é fã acabo por nunca fazer (vou mais para o leite creme ou créme brulée :P)… acho que vou tentar enganá-lo com esta 😉

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  8. Ana, como já sabes o arroz doce é um favorito cá me casa. Sinónimo de conforto e carinho. Uma tacinha de consolo.
    E a tua versão de um ris à la malta diferente do habitual por aí, também me cativou. Esse curd maravilhoso a envolver a sobremesa deve dar aquele toque bem especial. E a prova de que é mesmo bom já está dita, o Viking adorou. As tacinhas são de uma beleza, e o texto carinhoso, que bela prenda para a querida Mané.
    Um beijinho.

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  9. É o que eu digo, estás anos-luz à minha frente em termos de confecção de pão. De facto eu penso que o escritor do livro deve ter dado o nome de pão de massa azeda pela utilização do iogurte e do seu gosto sour, e que nada tem a ver o sourdough. E fizeste muito bem em investigar e em esclarecer que não são a mesma coisa. Para já ainda preciso do “livro de pão para tótós” mas qualquer dia aventuro-me nas tuas preciosas dicas e vou ficar expert na industria da panificação (qual padeira de aljubarrota a espancar os inimigos – os senhores da troika que tenham cuidado!!!) 😀

    Vá-se lá perceber a resistência dos nossos homens às sobremesas com massa e arroz. Eles sim, precisam de um curso de sobremesas para tótós :p

    bjis

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    1. Palerma! Eu bem vi o teu pãozinho ontem estava bem bonito!!
      Os nossos homes todos juntos deviam fazer um grupo giro, o marido da Su tb n quer arroz doce, o da Carla tb não..o que será?
      bjsbjs

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  10. Ana, essas tacinhas estão tão lindas e apetece mesmo “roubar” já uma;)
    Adorei a receita e fiquei cheia de vontade de fazer.
    Tenho a certeza que a mesa da Mané vai ficar deliciosa 😀
    Obrigada!!

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  11. Olá Ana, também acho que foi má ideia teres perguntado ao teu viking se queria provar 🙂 Esses homens não perdoam nada! 🙂
    A Mané merece isso e muito mais ela tem demonstrado ser uma pessoa excecional, muito querida. Excelente participação fiquei com água na boca 🙂

    Beijinhos

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  12. Bem, se convenceu o teu viking é porque é realmente boa! Fiquei tentadissima a experimentar!
    As fotografias ficaram um mimo e estão de fazer crescer água na boca ☺
    Tenho a certeza que será do agrado da Mané!
    Bjinhos

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  13. Olá Ana:)
    Essa tacinhas ficaram mesmo lindas! E adorei a sobremesa, para mim arroz é uma paixão, seja doce ou salgado, venha ele!! A minha sogra quando me conheceu, apercebendo-se que eu gostava de arroz passou a fazer-mo sempre que lá ía de todas as maneiras e feitios, ainda hoje me diz sempe “Há batatas mas está aqui o seu arrozinho!”:)
    Gostei mesmo muito e tenho a certeza que o meu marido também vai gostar!
    Beijocas e bom fim de semana 🙂

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  14. Fiquei de olho nesta tua receita, de fotos tão apelativas.
    Desta, o Provador vai gostar, he,he! Quando casámos, eu nunca tinha feito arroz doce nem era de uso lá em casa. Um dia, ele pediu-me Arroz Doce como o que a mãe dele fazia, que não levava água: era cozido em leite. (A mãe já tinha falecido, o que tornava a coisa ainda mais difícil). Com tanta sorte, que uma colega da minha mãe lhe deu a receita do Arroz Doce à moda da Beira Alta – cozido apenas com leite. E a primeira vez que fiz ficou aprovado.
    Esta receita é óptima por se poder ajustar o açúcar à medida do gosto dos comensais! E fica com um “visual” fantástico. Bjs. Bombom

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  15. Arroz é uma dádiva, é mesmo uma Festa!

    Chegou o dia do primeiro aniversário e à mesa estamos 33… perdão, corrijo, estamos 34, com a minha prima Margarida que trouxe o ingrediente para fazermos toda esta!

    E, decerto que não nos importamos de partilhar com cada um que nos visite!

    Se alguma dúvida havia sobre a festividade que o arroz encerra ela ficou completamente dissipada com esta festa. Ver chegar cada uma das participações foi também uma confirmação de dádiva, que agradeço com um rasgado sorriso.

    Obrigada, nunca é demais repetir, por partilharem as vossas histórias, por trazerem o vosso arroz e estarem aqui comigo.

    Não tenho a noção de quando tempo teremos estes momentos de partilha, não estou inquieta com isso, mas quero que saibam que o balanço deste ano inesperado aqueceu-me o coração e fez-me sentir grata por cada um de vós.

    A ordem que aqui colocarei as participações será a ordem de chegada, creio não me estar a esquecer de ninguém – sintam-se completamente à vontade para o referirem , se tal lapso acontecer.

    E, por favor sirvam-se… partilhem e saboreiem cada momento neste momento.

    A festa é nossa!

    Vamos, está quase na meia noite, vamos lá saborear todas estas iguarias!

    http://obolodatiarosa.blogspot.pt/2012/04/arroz-e-uma-dadiva-e-mesmo-uma-festa.html

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