A minha tia faz anos e como não posso estar junto dela neste dia, envio-lhe daqui uma receita que preparei a pensar nela.
Já vos falei várias vezes da minha tia, a boleira-mor da minha família, criadora dos mais fantásticos bolos de aniversário para mim e para os meus irmãos. Bolos feitos sem formas especiais, nem massa de açúcar ou pasta para criar bonequinhos . Bolos como o meu adorado Vickie, que eu nunca cheguei a provar, e a Branca de Neve e os Sete Anões, com as figurinhas recortadas em massa de biscoito e delicadamente vestidas a creme de manteiga e glacé.
Mas mais do que fada do lar, a minha tia é uma super tia, não, é A Super Tia, não, a minha tia é mais do que tia. Ela faz o papel de mãe emprestada, irmã mais velha, confidente e voz do bom senso, treinador e cheerleader. No que nos diz respeito é imparável e nada a impede de nos defender e apoiar, sejam quais forem as circunstâncias.
Não me lembro de ouvir a minha tia dizer que algo feito por nós estava “mais ou menos”, “assim-assim”, “escapatório” ou “suficiente”, para ela todos os nossos esforços, mesmo os que acabam em inegáveis fracassos, são vitórias dignas de celebração. E isto não se aplica apenas a escolhas e mudanças importantes na nossa vida.
Na última vez que estivemos em Portugal, combinei com a minha tia que faria um caril de frango como costumo fazer na minha casa. Fomos às compras, e embora não tivéssemos encontrado os mesmos produtos que uso aqui, abasteci-me de pasta de caril, arroz basmati e pão naan.
Distraída com a conversa, não provei o molho até à altura de servir, e foi com horror que me apercebi de que a pasta de caril era mil vezes mais forte do que a que uso, e que em vez de caril, tinha criado uma arma termonuclear. Perante o meu óbvio fracasso, a minha tia não desanimou, e embora imagino que depois de provar a minha “obra de arte”, lhe fosse difícil articular uma palavra, entre “está muito bom” e “ eu gosto muito de comida picante”, lá marchou orgulhosamente com a travessa da minha vergonha para a casa de jantar, avisando, como quem não quer a coisa: “Este caril que a Ana fez é uma delicia, está um bocadinho picante, mas é muito bom.”
Esta almoço serviu de inspiração para os bombons que vos apresento e que combinam o chocolate branco com o magnífico sabor do açafrão e um levíssimo toque de pimenta-caiena. Aproveito também este post para participar no passatempo Chocolate e Picante: Um desafio de receitas com histórias dentro, promovido pela Suzana dos Gourmets {amadores} em colaboração com a editora Casa de Letras.
Para fazer os bombons usei formas próprias para chocolate, mas as pequenas formas de silicone, que usamos para fazer gelo, também servem. Se puderem e souberem é melhor que temperem o chocolate antes de o deitar nas forminhas, vão conseguir bombons mais brilhantes e estaladiços.
Ingredientes: (12 bombons, dependendo do tamanho das formas.)
- 200 gramas de chocolate branco
- 0,5 grama de açafrão
- 1 pêra pequena
- 40 gramas de açúcar
- 1 dl de água (aproximadamente)
- 1 folha de gelatina
- 1 pitada de pimenta-caiena
Preparação:
Temperem ou se preferirem, derretam o chocolate. Encham com ele os moldes, certifiquem-se de que não há bolhas de ar, batendo com o molde na bancada um par de vezes. Virem as formas e deixem escorrer o excesso de chocolate. Limpem o chocolate que tenha saído de dentro das formas, e coloquem-nas viradas para baixo, num tabuleiro forrado com papel vegetal.
Para o recheio: Descasquem, limpem e cortem a pêra em pedacinhos pequenos. Levem a lume brando todos os ingredientes excepto a gelatina, vão mexendo até que a pêra esteja bem cozida.
Retirem do lume, acrescentem a folha de gelatina previamente amolecida em água fria, misturem bem e coloquem no frigorífico para solidificar.
Quando os moldes de chocolate estiverem completamente solidificados, encham-nos, não demasiado, com o recheio que deve estar frio. Fechem cada bombom com uma camada de chocolate derretido. Coloquem no frigorífico até o chocolate solidificar, desenformem com cuidado e sirvam.
A lista que levo daqui para experimentar está a ficar grande… 🙂
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ESSES BOMBONS DEVEM SER UMA MARAVILHA, FIQUEI COM IMENSA VONTADE DE OS FAZER.
COSTUMO PASSAR PELA COZINHA DA TUA TIA.
BJS
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Estão lindos os teus bombons!! Tenho que pôr mãos à obra!!!
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parabéns à super-tia!… E a ti por mais essa obra de arte. As fotos ficaram lindas!
Babette
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Ficaram um encanto…lindos e delicados….
O recheio é mesmo algo doutro mundo, ai, que delícia…
Parabéns a ti e à tia.
Beijinhos
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Ficaram um encanto, e devem ser uma maravilha. Óptimos para partilhar com uma super tia como a tua. E adorei a história do molho de caril.
Um beijinho.
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Ana, depois de ler a tua história, concluo que felizes somos quem tem na sua vida uma super tia que nunca se desacredita de nós. É muito bom este aconchego… 🙂
E que maravilhosos bombons nos trazes tu!! Confesso que não me perco por bombons e menos ainda pelos recheados, mas pêra e açafrão é uma tentação. 🙂
bjs.
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Adorei a história, e eu tb tive uma Tia assim, são pessoas muito especiais.
Os bombons já copiei a receita é que o aspeto até dá vontade de tirar um.
Bjs
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Ana, este post está cheio de emoção e carinho… a tua tia merece esses bombons e muito mais (a julgar pelo que contas) é muito bom ter uma tia assim. Felizes aqueles que teem uma tia como a tua. Parabens à tia.
E celebras muito bem com esses maravilhosos bombons… eu é que não me atrevo a enveredar por esses caminho! 😉
Beijinhos
P.S- Não consegui fazer as tuas bolachas, mas estão em lista de espera 😉
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Ana,
Fiquei com um sorriso pateta a ler a adorável história e a imaginar uma tia muito especial para quem estes bombons delicados e de alma forte farão um presente perfeito. 🙂
Muito obrigada pela participação no desafio Chocolate & Picante.
Um beijo e bom fim de semana*
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Muito bom aspecto, eu tambem tenho esse moldes :-D. Tambem tenho duas variantes de bombons no meu blogue se os quiser conhecer va a http://www.bimboca.com. Adorei a historia do molho do caril, fartei-me de rir lol… bjinhos
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Ana,
Que bela história e que ternos os laços que vos unem. Também tive e ainda tenho tias dessas (na minha família há muitas tias!!!). Os bombons estão ao nível da história!
Beijinhos
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Ana,
Que tia fantástica. É muito bom termos quem nos d~e sempre uma palavra de incentivo. Ela vai adorar os bombons, que estão fantásticos.
Beijinhos
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Parabéns á sobrinha e á tia, pois a história do caril está uma ternura. Adorei também os ‘flocos de neve’… como aqui continuamos com sol e temperaturas amenas, é outra forma de nos trazeres o Natal escandinavo 😉 Para além das delicias que aqui nos mostras sempre, claro. Bjs e bom fim-de-semana.
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Minha querida sobrinha, obrigada pelo teu lindo presente e pelas tuas belas palavras, que muito me alegram e emocionam
Tenho tanta sorte, por ter uns sobrinhos tão maravilhosos, que tanto me mimam e enchem de orgulho.
Muitos beijinhos.
P.S. Quero provar esses bombons brevemente.
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SÓ pelas FOTOS já devias… ir presa… assim tipo para uma prisão onde fosses obrigada a fazer doçarias o dia inteiro, pelo menos de segunda a sexta 😀
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Ao fim-de-semana ficava a limpar a cozinha! =D
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estou encantada…bjs
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Que história fascinante! Já me aconteceu algo parecido, mas em vez de picante a receita saiu-me demasiado salgada. E só reparei quando já estava na mesa de um jantar formal. Episódios da vida real! Os seus bombons são fantásticos! Parabéns e espero sinceramente que seja uma das vencedoras.
Um beijinho
Patrícia
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Patrícia,
É verdade que por vezes fazemos disparates que n lembram a ninguém e mais ainda com receitas que conhecemos bem!
bjs e mt obrigada pela visita
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Ana, que história bonita! Tanto quanto seus bombons, ficaram lindos e as fotos maravilhosas! Deu até vontade de fazer bombom rsrs
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Olá Ana,
não resisto a dizer que o tachinho vermelho é lindo. Uma ternura.
Parabéns pela história e pelos bombons.
Um beijinho.
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Geneais essas tuas doçúras! Excelente combinação de sabores! E a tua tia bem os merece! Tias dessas já quase não existem 🙂
Beijinho grande!
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É tão bom ter tias assim. Gostei muito desses bombons, a combinação de pare e gengibre parece-me perfeita.
Bj
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Ai Ana, esses bombons, ai!!Lá em casa desapareciam num rápido!
Bjs
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Que delícia de receita,nunca tinha visto assim com esses ingredientes,mas estão com uma cara ótima…
Assim como tudo que vi aqui no seu blog,adorei tudo!!!Voltarei sempre…
Se quizer me visitar,vou adorar!!!
Beijinhos
http://viramexeefaz.blogspot.com
Sharon
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Ana
Só para te dizer que gosto muito desta receita e história. Hei-de tentar reproduzir.
Aqui há tempos ri-me muito e identifquei-me com a tua história da marmelada com formigas. É que aconteceu-me o mesmo com mel, a minha mãe era parecida. Ainda hoje acho que as formigas têm um travo picante 🙂
Um beijo
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Helena,
Eu tb acredito que as formigas são picantes? Será que n são??
bjs
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