Sofro para a maioria dos meus colegas de três falhas indesculpáveis no mundo da cozinha profissional: não como carne, detesto ovos, e não suporto sequer o cheiro a alhos.
Em minha casa, espantem-se que eu nem pareço portuguesa, não entra uma cabeça de alhos há anos. Quando o Tom ainda era o head chef, havia num menu uma entrada com puré de alhos.Cada vez que preparava este prato vinha para casa com dores de cabeça. Os alhos eram branqueados várias vezes em leite para lhe retirar o seu sabor e cheiro mais forte, mas para mim o horror era o mesmo. Provando a pontinha de uma colher do puré, não conseguia durante horas sentir o sabor de outro produto que não fossem alhos.
Abro uma exceção para o alho selvagem, e como rapariga dado a extremos que sou, vou do ódio à paixão assim que chega a época do Ramslök.
Este ingrediente cresce por todos os lados aqui na Suécia, até nos parques da cidade! Na primavera fazemos no restaurante uma quantidade enorme de óleo de Ramslök que congelamos para usar durante o resto do ano.

Em casa uso-o também em óleo, para aromatizar purés, em sopas, pesto….e hoje em scones!
Para contrastar com o sabor do alho usei também queijo de especiarias. O Kryddost é um queijo sueco aromatizado com cominhos e cravinho e em Portugal talvez o encontrem no Ikea.
O aroma e sabor destes scones é irresistível, a mim sabem-me a primavera, e admito com vergonha, que hoje quebrei até um dos princípios do food blogger: comi antes de tirar as fotografias, ou, fui comendo.

Eu tinha a intenção de congelar os scones para um piquenique no próximo fim de semana, mas parece-me que esta fornada não chega até amanhã …
Scones de alho selvagem e queijo de especiarias
Ingredientes para 6 scones:
(alternativas no fim do post)
- 225 g de farinha de trigo
- 2 dl de leite frio
- 75 g de manteiga fria em cubinhos
- 25 g de alho selvagem picado
- 70 g de queijo ralado
- sal e pimento
- 1 ovo
- 1 colher de café de fermento em pó
Preparação:
Como sabem neste tipo de massas o segredo é não as trabalhar demasiado e um formo bem quente.
Aqueçam o forno a 200·C.
Batam o leite e o ovo, reservem.
Numa tigela grande misturem a farinha com o fermento o queijo ralado.
Acrescentem a manteiga e esfreguem a farinha e a manteiga entre as pontas dos dedos até obterem uma espécie de areia. (não esfarelem a manteiga demasiado)
Adicionem o ovo e o leite (deixando um restinho para pincelar) e misturem apenas o suficiente para ligar)
Voltem o preparado num tabuleiro de forno forrado com papel vegetal e usando o próprio papel, formem um retângulo ou um circulo de acordo com o formato dos scones que querem fazer. Cortem o retângulo em 6 partes ou o circulo em fatias. (Podem também usar um cortador de bolachas, mas acabamos por trabalhar demasiado a massa e os scones não crescem tanto.)
Afastem um pouco cada bocadinho, pincelem com o resto do leite e ovo e levem ao forno quente durante 12 minutos.
Sirvam os scones quentinhos com manteiga, não é preciso mais nada.
Algumas alternativas:
Podem substituir o alho selvagem por cebolinho ou outra erva fresca de que gostem.
Em vez do queijo de especiarias podem optar por cheddar, parmesão ou queijo da ilha.
Uau… Até cresce água na boca. Fantásticos. Devem ser uma delícia a julgar pelo bom aspecto.
Bjinhos!!
http://bimbysaboresdavida.blogspot.pt/
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Olá em Portugal nunca vi alho selvagem fresco a vender, pode ser encontrado em pó nas casas diateticas com o nome “Alho de Urso”.
Será que se subtituir por alho negro resulta?
Obrigado
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Luis, é tentar e depois contar-nos tudo! Que pena não haver em Portugal, será que se pode plantar? Vou ver se há sementes aqui à venda.
Muito obrigada pela ajuda 😉
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Olá,
nunca tinha ouvido falar em alho selvagem… a flor é lindíssima!….
Deve ser deveras complicado não gostar de alho e trabalhar num restaurante. Já eu adoro alho, mas tem de ser cozinhado, e de preferência sem que se encontre pedaços, mas adoro o sabor que transmite aos alimentos.
Esses scones estão bastante devoráveis, sim senhor….
Beijocas
Marta
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Já percebi tudo: és vampira!!! Bom, eu sou o contrário de ti – menos nos ovos, n sou fã de ovos. Alho e em muitas quantidades, adoroooooo. Carne também, sou um animalão selvagem nisso, caça é a minha perdição e ainda bem que sou uma pobretanas senão acho que passava os dias a enfardar veado e javali e faisão… pois é, isto do alho selvagem tem que se lhe diga, é ingrediente q aos anos que quero provar e pimbas, por mais que procure, por cá não há. ps: AMO scones.
http://bloglairdutemps.blogspot.pt
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ohohoh como é q eu sabia q eras vampirinha da Rice ehehehh. eh lá!!! és a primeira pessoa que eu sei ter adquirido o livro e já estar a ler!!!!! Até salto de felicidade, nem tu imaginas! Olha em português nopes, se a minha escrita em inglês já é cheia de advérbios e chavões de meter medo a um intelectual, bom, em português então nem te digo nadaaaa. Mas ando de roda tb de uma cena em português – que só por acaso mete assim uns a modos que vikings!! – a qual já vou no terceiro volume, mas é coisa para ir com calma e com muito cuidado na escrita. I second guess myself too much. Ahahahh, a cena da Anne Rice, opá, então acho que se chegar a editar este tu vais – se leres! – logo querer matar-me pq aquilo tem cenas q está a ficar TÃO colado ao The Witching Hour que eu já me ando a passar. Se te contasse há quantos anos tenho esta história na cabeça e quantas vezes já a tentei pôr no papel… olha, o que vale é que dos livros dela NUNCA li o Merrick, pq parece q esse é o q mistura bruxas e vampiros… como o meu, arghhhhh!! O Lestat sempre foi o meu personagem dela favorito, tipo o gaijo q eu queria para melhor amigo nos meus tempos de lócuraaaa juvenil ahahahahah!! Fico super contente de estares a gostar, eu já n o leio há uns meses pq acho q tem para lá umas cenas meio choronas demais e apetece-me sempre apagar aquilo tudo muahahahahahh!!! Vou mas é voltar ao trabalho, sim, q estou com um writer’s block do tamanho do mundooooo.
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Ana linda,
Pois eu adoro tudo o que detestas e alho então, adoro de paixão.
Sou tão masoquista que adoro o cheiro que fica nas mãos depois de temperar os bifes à moda portuguesa da minha mãe, lol!!
Alho selvagem é coisa que não consigo encontrar, ou então, como não sou boa a foraging, secalhar passo por ele e nem o reconheço…
Mas vou experimentar estes scones com cebolinho ali do meu jardim que já está lindo e com flor.
Um beijinho,
Lia
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Acho que estão com um aspeto incrível! Eu sou muita estranha com queijo na comida, mas confesso que ao olhar estas fotos só me apetece roubar um! Lindos mesmo!
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Eu adoro alho, qualquer um! Acho que sendo assim ia ficar apaixonada por esse alho selvagem ou, melhor ainda, esses scones de alho selvagem. Ficaram mesmo gulosos!
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