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O Carnaval de outros tempos, gelados e fatiotas, e as semlor deste ano.

Parece-me até incrível reconhecer que até talvez aos meus dez anos gostei de festejar o Carnaval. A minha mae e a mormor faziam os nossos fatos, havia até um Burda só com roupas de Carnaval.

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A minha mana e eu passávamos semanas a olhar para as fantasias mais ou menos elaboradas e embora da sala de costura da minha aví saíssem sempre fatos girissimos, nunca me mascarei de princesa.

Imagino que todas a meninas da minha geração tenham querido ser princesas ou bailarinas, sonhado com saias até aos pés que rodavam e tinham um saiote, rendas, sapatinhos de verniz.

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A celebração do Carnaval começava no último dia de escola antes das férias, penso que havia até um cortejo, e continuava até Domingo quando ia com os meus pais à Costa da Caparica ver os outros mascarados e comer gelados.

Na Suécia penso que para além de milhões de semlor que se consomem todos os anos, não há grandes festejos. Aqui ao lado em Copenhaga faz-se um Carnaval à Brasileira, organizado por imigrantes e apaixonados pelo sol e samba. É Fevereiro, na Escandinavia, não preciso de vos dizer mais nada.

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Como todos os anos pedi-vos que me sugerissem ideias para fazer as minhas semlor 2017. De entre as vossas sugestões e  alguns dos sabores mais utilizados nesta cozinha durante o último ano, acabei por selecionar matcha.

Sei que há leitores que não apreciam este sabor, meio chá verde, meio erva, mas cá em casa é um favorito.

Fiz, como quase sempre mini semlor, com 38 gramas cada (sim eu peso as semlor), mas vocês podem claro faze-las do tamanho tradicional que ronda as 80 gramas, ou até uma mega semla como fiz ontem.

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Para hoje um versão mais alternativa, fresca e leve. Bom Carnval  voltamos às semlor para o ano que vem.

Mini Semlor de matcha e gengibre

Ingredientes: (faz quase 20 semlor, usem metade da receita se só estao a alimentar gente destemida)

  • 50 gramas de margarina ou manteiga
  • 1,5 decilitros de leite
  • 25 gramas de fermento de padeiro fresco ( ou um pacotinho do fermento seco)
  • ½ colher de chá de sal
  • 60 gramas de açúcar
  • 300 gramas de farinha
  • 1/2 ovo
  • 1 colher de chá de gengibre ralado

 Para pincelar

½ ovo ( o que vos sobrou da massa)

Recheio:

  • 150 gramas de massa de amêndoa (vejam aqui)
  • um pouco do miolo do interior das semlor
  • matcha
  • 2 dl de chantilly

Decoração:

2 decilitros de natas em batidas com um pouco de icing sugar e matcha

matcha para polvilhar

 

 Preparação:

 

Derretam a manteiga juntamente com o leite, deixem arrefecer e dissolvam neste líquido o fermento.

Numa tigela grande misturem o ovo, o açúcar, o sal, o gengibre e o preparado anterior. Aos poucos juntem a farinha. Amassem bem, até a massa estar elástica e a despegar-se das vossas mãos ou das pás da batedeira.

Deixem  descansar durante 30 minutos ou até a massa duplicar de volume.

Liguem o forno a 225ºC. (200 se tiver ventoinha)

Forrem um tabuleiro com papel vegetal.

Dividam a massa em bolinhas, deixem levedar mais meioa hora e levem ao forno até estarem cozidas e douradinhas.

Depois de frias cortem o topo das vossas semlor e retirem o miolo com uma colher ou faquinha. Reservem.

O recheio

Batam a massa de amêndoa  com um pouco do  miolo que retiraram das semlor, a matcha e o Chantilly. Recheiem a semla com esta mistura.

Por cima coloquem o Chantilly verdinho,  voltem a tapar com os chapeuzinhos, e polvilhem com matcha antes de servir.

 

Há como sabem na Padaria muitas receitas e posts com a história e tradições ligadas a este bolo aqui na Suécia, vejam aqui.

A grande semla

Semlor – Bolos de Carnaval Suecos

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2 opiniões sobre “O Carnaval de outros tempos, gelados e fatiotas, e as semlor deste ano.

  1. O meu melhor carnaval foi quando me mascarei de Cindy Lauper aos 12 anos. Fui mesmo feliz, nesse dia e depois os meus pais perceberam que já não havia volta a dar e eu ia andar mascarada todos os dias a partir dali, algumas vezes de formas que os envergonhava de sobremaneira, coitados – aos 15 anos andei de corpete de renda preto e saiote de renda aos folhos branco, com collants todos rasgados e botas de bruxa, e sim, tenho fotos para o comprovar. Apesar de ainda hoje achar que eu era muito á frente em termos de estilo, tenho um bocado de pena dos meus pais ahahahah. Para mim, Carnaval era mesmo todos os dias, a partir de uma certa idade, lol. O meu filho mascara-se, tipo um ou dois dias e depois farta-se e já não quer. Oh que pena, penso eu, mas sei que vou pagar os meus anos de vestir á doida, o puto é o beto mais beto a vestir que eu já vi, aos oito anos e tem dois blazers, parece um jovem conservador de direita – chamo-lhe isso para o irritar, que ele politicamente detesta tudo, é um anarca! Semlor anda na minha lista de coisas a fazer que nunca mais faço, eu queria era que me viessem cá fazer uns semlor a casa, tipo armada em dondoca lol, faziam e eu depois comia tudo de enfiada. Ou talvez não, que depois não me aguento ahah. Matcha não, ok, mas punha-lhe outras cenas.
    http://bloglairdutemps.blogspot.pt

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  2. Ana querida,
    Por cá, felizmente, também não há festejos de carnaval. Aliás, nem se fala nisso, o que acho óptimo, pois odeio.
    Do carnaval, só me lembro da farinha e dos ovos com que de vez em quando levava em cima na altura do ciclo e secundária, o que sempre me fez detestar esta celebração que sempre achei ridícula, até pelos motivos que mencionas (samba e verão que não correspondem aos países em Fevereiro, como é o caso de Portugal…).
    Quanto a estes bolinhos lindos, ainda quero que sejam um desafio do SW, pois nunca os experimentei ou fiz e acho que vou adorar. Matcha e gengibre??? AMO!!
    Um grande beijinho minha querida.
    Lia

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