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O dia de Sao Valentim a chegar ….e um delicioso snack para começar uma refeição especial

Como já partilhei convosco aqui por casa não somos grandes seguidores de tradições, e nunca fazemos nada de especial para o Dia de S Valentim, ou não fazíamos, porque assim que eu deixei de estar em casa para jantar, qualquer dia, nem que seja o dia dos namorados em que possamos comer juntos é um dia de festa.

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No ano passado estive a trabalhar, no ano anterior também, este ano o Valentim calha a um domingo e os restaurantes estão fechados até ver!

Para começarmos esta maratona que termina a 14 de Fevereiro, deixo-vos já uma primeira ideia para jantares românticos, a dois, com os vossos minis, amigos, ou quando querem apenas cozinhar para alguém de que gostam, seja em que data fôr!

Mais ideias e as sugestões para este ano, incluindo o meu menu, durante este mês.

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A receita de hoje é tao simples que quase nem merece este nome, mas é ideal para começar uma refeição e ir petiscando enquanto preparamos o resto dos pratos. Eu uso bolachas de gengibre suecas, porque adoro a combinação do queijo com o doce das bolachas, mas podem optar por exemplo por sementes de sésamo, ou bolachas de água e sal.

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Eu tento balançar o queijo e as bolachas com uns cubinhos de cenouras e aipo e sirvo sempre as bolinhas com tirinhas de mais aipo. Primeiro porque enquanto mordisco o aipo não estou a engolir queijo e bolachas, segundo porque  dão sempre jeito para mexer uns blody Mary.

Bolinhas de queijo azul e bolachas de gengibre

Ingredientes: (nas quantidades que desejarem)

queijo azul

queijo creme

cenouras e aipo picadas finamente

raspa da casca de limao

bolachas de gengibre picadas

Preparação:

Misturem todos os ingredientes numa tigela excepto as bolachas. Façam bolinhas to tamanho de nozes e cubram-nas com as bolachas, reservem no frigorífico até servir.

 

 

 

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Skype, tecnofobia, cubo mágico e torta de ervilhas

A minha mãe, de quem vos falei há uns anos no post sobre uma história de terror (mãe, carrega em história de terror, está a azul, é uma ligação para outra página.), descobriu este domingo e via skype que eu tenho um sítio online onde escarrapacho a minha vida.
Será que eu em cinco anos, e vá dando o desconto do tempo em que a padaria esteve fechada, nunca lhe disse que tinha um blogue? Duvido.
A conversa foi a seguinte:
Mãe – Então estás muito cansada? Pareces cansada…tens uma borbulha no nariz já viste? ( como se não tivesse espelhos em casa…) Tens trabalhado muito? Como vai o restaurante? Trabalhaste ontem? O teu rapaz? Estás a descansar? O que estás a fazer?
Eu- Se lesses o meu blogue sabias tudo….
Mãe- E onde é que eu leio isso?
Eu- Chama o pai….

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A minha mãe sempre foi um pouco tecnofóbica. Bem, para vos ser honesta, não sei se é tecnofobia se a grande dificuldade que tem em admitir que não sabe fazer tudo e que há coisas que alguém tem de lhe ensinar. Talvez seja apenas avessa a coisas novas.

Explico-vos. A minha mana e eu fomos as últimas miúdas a ter um cubo mágico, e foi o nosso pai que o comprou num sábado de manhã de compras na baixa, (na casa da borracha ou dos pneus, não me lembro o nome). A mãe claro foi contra, irritava-se com o som do cubo, e num dia que a minha mana e eu lutávamos pelo objecto, abriu a janela e atirou-o borda fora.

Eu fui com o meu pai (que tem uma paciência de Jó) na manhã seguinte desencantar o cubinho plantado entre as alfaces de uma hortinha que um vizinho tinha por essa altura nas nossas traseiras.

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Até ao momento em que, penso que para nos provar o quão fácil era completar o quebra-cabeças, pegou no cubo. A minha mãe que em termos de teimosia/determinação é cem vezes pior do que eu, já não o largou. A minha mana e eu fomos proibidas de tocar no brinquedo, a minha mãe comprou um livro para aprender a resolver o cubo e passava todos os momentos livres agarrada a ele.
Noite após noite, adormecíamos com o som do qqqrrrr qqqqrrrr vindo do quarto dos meus pais, a minha mãe, na cama, de livro e lápis na mesa de cabeceira, cubo nas mãos.
Acordámos uma vez com os seus gritos “Consegui, consegui!”.
O cubo foi posto na estante, um monumento à enorme tenacidade da minha mãe, o Oscar da sua determinação.

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A minha mãe não parece muito entusiasmada com o facto de eu partilhar a minha vida com os meus leitores, tal como foi contra a minha mudança de carreira, imagino que também não goste de blogues, mas se bem a conheço isto não vai durar.
Daqui a pouco tem um blogue maior do que o meu, vai começar a acordar às seis da manhã para ter tempo de cozinhar e fotografar com boa luz. Mais ninguém terá acesso ao computador, e ninguém poderá tocar na comida antes das fotografias serem aprovadas.

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Domingo, enquanto conversávamos, tinha eu esta torta no forno. Gosto imenso de comer salmão com ervilhas, e ando a imaginar formas e receitas diferentes com esta combinação, esta é apenas a primeira.
Esta torta é leve e macia, e pode ser servida como uma entrada fria, ou prato principal acompanhada de mais ervilhas e um pouco de queijo fresco e óleo de endro ou menta.

Torta de ervilhas com salmão fumado e queijo creme

Ingredientes: (4 porções)
Torta:
100 gramas de ervilhas congeladas
3 ovos
50 gramas de farinha
4 colheres de sopa de água
S&P

Recheio:
Salmão fumado
Queijo creme

Para acompanhar
Ervilhas
Queijo creme
Óleo de endro ou menta

Preparação:
Aqueçam o forno a 150°C. Forrem um tabuleiro com papel vegetal e barrem-no com manteiga.
Cozam as ervilhas em água com sal. Escorram-nas e coloquem-nas em água gelada para manterem a cor. Triturem as ervilhas com a água e as gemas. Misurem a farinha peneirada e as claras batidas em castelo. Temperem com sal e pimenta. Coloquem o preparado no taubuleiro, alisem e levem ao forno durante aproximadamente 15 minutos, verifiquem se a torta está pronta com um palito, como se fosse um bolo normal.
Retirem a torta do forno. Eu costumo enrolar a torta imediatamente sem recheio, deixar arrefecer e depois cuidadosamente desenrolo a torta, coloco o recheio e volto a enrolar.
Sirvam com ervilhas e queijo creme.

Ana - cozinheira · cremes, dips, snacks e molhos salgados · entradas · refeições rápidas

O S Valentim no restaurante e a nossa refeição especial: vieiras e óleo de trufas

Embora não sejamos adeptos de celebrações com dia marcado, trabalhar em noites como a de S Valentim poder ser um pouco triste para mim e para o meu viking. Não preciso de vos dizer que gosto muito de meu trabalho, e em noites como esta, com tantos pares de namorados a contarem connosco para um serão especial, é especialmente recompensador pensar que de certa forma estamos a contribuir para a felicidade de outras pessoas.

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Sei que vários namorados pediram pratos de morangos no quarto para agradarem às suas namoradas, sei que um deles pediu um prato de doces e fruta extra especial porque ia pedir a sua cara metade em casamento depois do jantar.
O serviço de sábado correu especialmente bem e ainda que no fundo tivesse preferido passar um sábado com o marido em vez de a trabalhar, não tenho do que reclamar. Na cozinha trocámos entre nós flores e chocolates, todos os nossos convidados adoraram a comida e milagrosamente a cozinha manteve-se limpa toda a noite.

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Eu admito que fiquei especialmente contente por os clientes que não tinham marcado o menu de S Valentim perguntarem se podiam comer a minha sobremesa em vez das que temos no menu à lá carte.
Como cheguei tarde a casa, só no dia seguinte pudemos fazer a nossa refeição a dois. Não é uma super produção, mas antes um prato de que ambos gostamos muito.

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Nesta receita que faço muitas vezes usei puré de girassol batateiro com óleo de trufas. Alguns chefs como o sr Ramsay detestam óleo de trufas, mas por aqui é usado amiúde tanto nas cozinhas onde trabalhei como em minha casa.
Se nunca usaram este produto, tentem comprar um óleo de boa qualidade. Em Portugal há uns anos comprei um óleo de trufas horroroso num supermercado, sabia a desodorizante e vinha até numa garrafinha com tampa de spray.
Sejam cuidadosos no uso deste óleo porque pode ser muito forte e em grande quantidade acaba por cobrir todos os outros sabores do prato.

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Por aqui, e dependendo da época do ano as vieiras frescas podem ser proibitivamente caras e muito difíceis de encontrar, mas há boas alternativas congeladas ou numa espécie de salmoura.
Experimentem e vão ver que nunca mais querem comer vieiras de outra forma.

Vieiras com girassol batateiro, óleo de trufas e chouriço

Para este prato vão precisar de:
Vieiras
Chips de girassol batateiro
Puré de girassol batateiro
Chouriço
Salada ou ervas frescas para decorar

Ingredientes (sem quantidades)
Para o puré:
Girassol batateiro
Leite
Manteiga
S&P
Óleo de trufas

Preparação:
Cozam os girassóis batateiros num pouco de leite e água. Escorram bem, reservem o líquido para uma sopa ou molho bechamel. Juntem o girassol batateiro com um pouco de manteiga, sal e pimenta e façam um puré. Aromatizem com apenas umas gotas de óleo de trufas.
Para as chips:
Óleo
Girassol batateiro

Fatiem o girassol batateiro com um mandolim e fritem em óleo quente. Reservem em papel absorvente.
Para as vieiras:

Vieiras
S&P
Óleo

Coloquem as vieiras entre folhas de papel absorvente. Aqueçam muito bem uma frigideira. Temperem muito levemente as vieiras e pincelem-nas com um pouco de óleo. Marquem-nas na frigideira, que deve estar muito quente, de um lado, até estarem douradas, virem-nas e marquem-nas do outro lado. Cuidado para não as cozinharem demasiado ou vão acabar com uma consistência estilo bota de borracha.

Chouriço:
Tirem a pele, cortem em cubos e fritem cuidadosamente o chouriço na sua própria gordura, escorram e reservem.

Para servir:
Disponham os diversos elementos nos pratos e sirvam imediatamente.