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Se me seguem no instagram, já sabem que não perco uma chinatown das cidades que vamos visitando.
Continue a ler “Gelado de coco e batata doce/ Vegan Candied purple sweet potato ice cream”
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Sofro para a maioria dos meus colegas de três falhas indesculpáveis no mundo da cozinha profissional: não como carne, detesto ovos, e não suporto sequer o cheiro a alhos.
Em minha casa, espantem-se que eu nem pareço portuguesa, não entra uma cabeça de alhos há anos. Quando o Tom ainda era o head chef, havia num menu uma entrada com puré de alhos.Cada vez que preparava este prato vinha para casa com dores de cabeça. Os alhos eram branqueados várias vezes em leite para lhe retirar o seu sabor e cheiro mais forte, mas para mim o horror era o mesmo. Provando a pontinha de uma colher do puré, não conseguia durante horas sentir o sabor de outro produto que não fossem alhos.
Abro uma exceção para o alho selvagem, e como rapariga dado a extremos que sou, vou do ódio à paixão assim que chega a época do Ramslök.
Este ingrediente cresce por todos os lados aqui na Suécia, até nos parques da cidade! Na primavera fazemos no restaurante uma quantidade enorme de óleo de Ramslök que congelamos para usar durante o resto do ano.
Em casa uso-o também em óleo, para aromatizar purés, em sopas, pesto….e hoje em scones!
Para contrastar com o sabor do alho usei também queijo de especiarias. O Kryddost é um queijo sueco aromatizado com cominhos e cravinho e em Portugal talvez o encontrem no Ikea.
O aroma e sabor destes scones é irresistível, a mim sabem-me a primavera, e admito com vergonha, que hoje quebrei até um dos princípios do food blogger: comi antes de tirar as fotografias, ou, fui comendo.
Eu tinha a intenção de congelar os scones para um piquenique no próximo fim de semana, mas parece-me que esta fornada não chega até amanhã …
Scones de alho selvagem e queijo de especiarias
Ingredientes para 6 scones:
(alternativas no fim do post)
Preparação:
Como sabem neste tipo de massas o segredo é não as trabalhar demasiado e um formo bem quente.
Aqueçam o forno a 200·C.
Batam o leite e o ovo, reservem.
Numa tigela grande misturem a farinha com o fermento o queijo ralado.
Acrescentem a manteiga e esfreguem a farinha e a manteiga entre as pontas dos dedos até obterem uma espécie de areia. (não esfarelem a manteiga demasiado)
Adicionem o ovo e o leite (deixando um restinho para pincelar) e misturem apenas o suficiente para ligar)
Voltem o preparado num tabuleiro de forno forrado com papel vegetal e usando o próprio papel, formem um retângulo ou um circulo de acordo com o formato dos scones que querem fazer. Cortem o retângulo em 6 partes ou o circulo em fatias. (Podem também usar um cortador de bolachas, mas acabamos por trabalhar demasiado a massa e os scones não crescem tanto.)
Afastem um pouco cada bocadinho, pincelem com o resto do leite e ovo e levem ao forno quente durante 12 minutos.
Sirvam os scones quentinhos com manteiga, não é preciso mais nada.
Algumas alternativas:
Podem substituir o alho selvagem por cebolinho ou outra erva fresca de que gostem.
Em vez do queijo de especiarias podem optar por cheddar, parmesão ou queijo da ilha.
Fiz há uns meses uma receita para o pequeno almoço, na qual usei farinha de teff. Foi a primeira vez que usei esta farinha e adorei o seu sabor e textura. Na altura comentei até convosco que a iria testar também em panquecas e o serrotado não me deixou desapontada.
As panquecas sao menos macias, até porque a farinha não é super refinada, o que resultada numa textura mais quase crocante, e realmente maravilhosa. Eu deixei de usar farinha de trigo para fazer panquecas, daqui para a frente só feff, não quero outra coisa.
Para acompanhar o meu pequeno -almoço deliciei-me mais uma vez com os doces da Quinta de Jugais que muito gentilmente me deu a conhecer os seus produtos.
( O doce de morango acabou hoje, o viking está inconsolável) eu proibi-o de tocar dois sabores de doces que ainda quero usar em mais receitas, vamos ver se ele não me assalta o frigorífico e culpa os nossos meninos.
Indico-vos a receita em chávenas (uma chávena de dois dl e meio) porque honestamente não há paciência para balanças antes do meio litro de café mandatório antes de acordar.)
Se puderem comprar esta farinha, a sério, experimentem, vao gostar, garanto-vos.
Panquecas com farinha de teff – sem glúten
Ingredientes:
1 chávena de farinha de teff
1 ovo
1/2 chávena de leite
pitada de sal
pitada de canela
1 colhr de sopa de acucar ou mel
1 colher de sopa de manteiga
Preparacao:
Derretam a manteiga na frigideira onde vao “fritar” as vossas panquecas.
Numa tigela misturem todos os restantes ingredientes, e acrescentem no fim a manteiga derretida. Misturem bem. Deitem na frigideira quente um pouco da mistura, deixem solidificar e virem cuidadosamente a panqueca. (Antes do meu segundo café eu mal falo quanto mais atirar panquecas ao ar, façam-no por vossa conta e risco.)
Acompanhem as panquecas com o vosso doce favorito, mel, manteiga, frutos ou queijo creme.
Depois de sete anos a viver fora de Portugal começo a notar os primeiros problemas de expressão. Raramente me esqueço de como se escreve uma palavra, mas a minha escolha de vocabulário, expressões que uso, e principalmente a sintaxe, tanto da minha expressão escrita como oral, denotam já sinais de múltipla personalidade.
Quanto mais tempo passa, mais estranhas me parecem algumas palavras em português. A confusão piora quando quero usar palavras que aprendi em sueco ou inglês e que, embora tenham tradução na nossa língua, me soam estranhas. Sei que se diz “pecãs” e “arando-vermelho”, mas acabo sempre, e admito que por teimosia, a escrever “pecan nuts” e “lingon” Há uns tempos começou a chamar-se à “butternut squash” abóbora manteiga, uma tradução que não consigo entender e que me leva a continuar a escrever, à falta de melhor, “abóbora butternut”.
Estes problemas de tradução voltaram a atormentar-me na receita e no post dehoje.
Com o frio e a escuridão entramos também na época dos “root vegetables” (tubérculos?). Esta é a altura das cenouras, nabos, beterrabas (vejam esta receita fantástica da Pammy que está na Islândia), e do famoso Kålrot.
O kålrot é um tubérculo, originário da Suécia e que surgiu do cruzamento entre a couve e o nabo. Tem um tom bastante mais amarelo do que o nabo vulgar, que eu detesto, e é muito popular e saudável entre os suecos, que nesta época o consomem assado, em sopa ou purés. O sabor é, comparado com o nabo vulgar, menos agressivo e mais doce e leve.
Em inglês a este legume chama-se “Swede” ou “yellow turnip”, e como não encontro tradução para português, penso que “nabo sueco” será uma boa opção. O que acham?
Para vos apresentar a este ingrediente, fiz uma sopa de Inverno, inspirada em sabores e aromas “Earthy” (?). Nabo sueco, cenouras, cominhos, funcho e uns cubinhos de fiambre fumado para servir com esta deliciosa sopa que por si só é uma refeição saudável e muito completa.
Ingredientes:
Preparação:
Descasquem e cortem em pedacinhos pequenos todos os vegetais. Cozam-nos em água com sal. Quando estiverem quase prontos, retirem alguns cubinhos de nabo e cenouras, escorram-nos e reservem. Terminem de cozinhar os restantes vegetais. Temperem com pimentas e cominhos, acrescentem um fio de azeite e passem a sopa usando um copo misturador ou a varinha mágica.
Numa frigideira coloquem o fiambre cortado em cubinhos e os pedacinhos de cenouras e nabo que reservaram, salpiquem-nos com mais cominhos e fritem-nos num pouco de azeite até estarem dourados.
Sirvam a sopa quentinha com o fiambre e vegetais salteados e decorada com um pouco de ervas aromáticas frescas picadas.