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Sete anos de Anasbageri – uma actualização da vossa receita favorita e um presente para os meus leitores

É verdade, há sete anos que registei o nome Anasbageri. E se há receita que durante todo este tempo tem sido uma das vossas favoritas, é o passo a passo de profiteroles que fiz há seis anos.

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A Pastelaria · bolos e sobremesas · Cremes

Profiteroles de matcha com craquelin e a falsa rapidez….

Irritam-me os vídeos com receitas no facebook, irritam-me muito. Primeiro porque são na sua maioria roubados dos seus autores sem o mínimo de respeito pelo trabalho que fazem. Depois porque quase sempre apelam às receitas pré-fabricadas  e ao enfartanço.

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A Pastelaria · Convidei para jantar

Convidei para lanchar – Leonor de Almeida Portugal de Lorena e Lencastre

O som dos cascos dos cavalos anunciam a chegada da sua carruagem. Pela janela vejo-a trocar algumas palavras com a sua dama de companhia antes de se dirigir ao meu apartamento. Alcipe – A  Marquesa de Alorna vem lanchar comigo.

Somos amigas há décadas, e embora eu seja uma assumida republicana, D. Leonor é uma das figuras da nossa História que mais admiro e é ela a minha convidada deste mês do Convidei para Jantar que decorre em casa da Alice e tem como tema Aristocratas.

Fiel ao seu tempo, continua a preferir a sua carruagem a um carro, os pesados e elaborados vestidos e perucas ao estilo dos nossos dias.

Sentamo-nos para chá e duchaises.  – Muito a propósito –  diz-me enquanto olha curiosa para os bolinhos que lhe sirvo.

– Para a próxima preparo uma marquise!

Conversamos acerca  dos anos que passou em Chelas, das saudades que tem dos doces que ajudava as freiras a preparar.  – Nunca mais comi um Manjar branco tão bom, tu qualquer dia podias procurar a receita nesse livro com botões onde guardas tudo…pode ser?

Esquece-se por vezes dos bolos e do chá, perde-se em cenários e locais onde viveu, relembra Paris e Viena, fala-me com entusiasmo dos seus quadros, de poesia, dos seus autores favoritos.

Como habitualmente os meus gatos dormem escondidos debaixo das suas saias, uma tendinha improvisada sem a qual não passam cada vez que a tia Leonor nos visita.

-Gostava tanto de ter um vestido como os teus – admito.

– E eu de usar calças e botas em vez destes corpetes e perucas pesadíssimas!

Como cúmplices, dirigimo-nos ao meu quarto. Abro o guarda fatos para que possa escolher entre as minhas roupas algo que queira experimentar.

– Em termos de  cor não há grande opção!  – Sorri enquanto vasculha o meu monocromático armário.

Ajudo-a a trocar de roupa. Olha para o espelho com espanto e quase admiração: –  Gosto destas calças, que confortáveis são… achas que posso mesmo sair para a rua assim?

Despedimo-nos com um abraço. Leonor promete voltar brevemente, quer ir às compras. A ideia de que hoje em dia não precisamos de costureiras nem de encomendar as nossas roupas agradou-lhe mais do que eu tinha imaginado.

Tem pressa, vai hoje jantar com a sua amiga Margarida.  – Que surpresa vai ter quando me vir sem peruca!

Acena-me ao entrar na sua carruagem. Eu volto ao quarto. Olho o vestido esquecido sobre a cama. Coloco-o à minha frente, imagino-me a rodopiar num grande salão de baile, uma princesa num conto de fadas. Oiço  música, mas é o meu telemóvel que toca. Do outro lado  da linha  o viking convida-me para um passeio pela cidade e um café para aproveitarmos as poucas tardes com luz que nos restam antes da chegada do Inverno.

Cuidadosamente penduro o vestido de Leonor no guarda-fatos, calço as botas e saio ao encontro do meu príncipe.

Duchaises com frutos silvestres

Ingredientes

Para a massa de choux:

  • 90  ml de água
  • 40  gramas de manteiga ou margarina
  • 1 pitada de sal
  • 1 uma colher de chá cheia de açúcar
  • 60 gramas de farinha de trigo
  • 2 ovos grandes

Para servir:

Para rechear:

  • chantilly

Preparação:

Aqueçam o forno a 220ºC.

Forrem um  tabuleiro com papel vegetal.

Num tacho deitem a água, a manteiga, o sal e o açúcar. Aqueçam em lume médio até levantar fervura.

Quando estiver a ferver retirem do lume e rapidamente juntem a farinha peneirada, mexam bem. Voltem a colocar a massa ao lume, mexendo sempre, até que a massa comece a secar e se descole do fundo e paredes do tacho.

Passem a massa para uma tigela e batam-na durante mais ou menos um minuto para que arrefeça um pouco.

Incorporem os ovos, um de cada vez, batendo bem entre cada adição. Com o primeiro ovo a massa vai parecer talhada, não se preocupem,  continuem a bater. Eu uso a batedeira porque é realmente muito mais fácil, mas podem bater a massa com uma colher de pau.

Assim que a massa estiver pronta,  vão ter de trabalhar rapidamente. Para fazer as duchaises podem usar um saco de pasteleiro, ou simplesmente ir colocando colheres de massa no tabuleiro dando-lhes a forma desejada.

Esta massa cresce imenso, tomem atenção ao espaço entre as duchaises no tabuleiro.

Coloquem o tabuleiros no forno (220◦C ) até as duchaisses terem crescido e ganharem uma cor dourada. (8 a 10 minutos). Muita atenção que neste período não podem abrir a porta do forno, ou  os bolos desmaiam e ficam achatados.

Baixem a temperatura para 180◦C e continuem a cozedura durante mais 10 a 15 minutos até as duchaoses   estarem secas. O resultado final deve ser um bolo muito leve e oco por dentro.

Depois de frias recheiem as duchaises com chantilly e decorem  com Creme de Pasteleiro e frutos silvestres.

A Pastelaria · bolos e sobremesas

Que saudades da outra Páscoa

A pastelaria semi-industrial é para muitos de nós motivo de paixão um certo orgulho  quase clubístico. Os bolos da nossa Pastelaria favorita são sempre os melhores e não hesitamos em defender a sua honra. “Não há como os Garibaldis da Suiça, ai isso tem paciência, prova e depois logo me dizes”.

Qualquer pessoa a viver fora  de Portugal vos dirá que, uma das coisas de que temos mais saudades, é dos bolinhos das nossas  Pastelarias predilectas. E isto não quer dizer que os bolos dos países onde vivemos não sejam bons, creio que é o ambiente do cafés portugueses que nos faz falta. As grandes montras repletas de delícias que nos acompanharam toda a vida, o barulho das máquinas do café, o tom quase familiar dos empregados “Quer o compal fresco? Mais alguma coisa menina?”.

Entrar em locais como a Páscoa ou a antiga Lua-de-Mel, é para mim hoje como voltar a ter cinco anos, colar a cara às vitrines dos bolos, demorar sem vergonha nem culpa um tempo infinito para escolher o bolo que vamos comer, e fazer a eleição final apenas quando ouvimos “Digam lá os senhores o que vai ser?”

Impossibilitada de poder ir à Páscoa a meu belo prazer, fui nos últimos anos “obrigada” a tentar reproduzir em casa  os pecados da nossa pastelaria semi industrial. Desta vez apeteceu-me um Rim. Como é possível que alguém se tenha lembrado de dar este nome a um bolo está para além do meu entendimento. Rim?? Haverá órgão menos atraente? Bem, vesícula biliar ou fígado também não me parecem nada apetecíveis….

Rim não é o mais estranho, pelas Pastelarias do nosso país podemos também encontrar bolos com nomes como: Orelha e Tíbia mais dois deliciosos exemplos da anatomia humana; Sogra, Sidónio, Contraplacado, e a famosa Pirâmide que na verdade é um cone.

Quais são as vossas Pastelarias favoritas? Partilhem enquanto nos sentamos a comer estes delicados e muito fáceis de preparar Rins, eu ofereço os cafezinhos.

Se nunca trabalharam com este tipo de massa cozida, vejam o meu passo-a-passo para profiteroles. Se não querem fazer Creme de Pasteleiro, podem  talvez usar um pouco de doce de ovos ou Custarda.

Ingredientes (4 rins, dependendo do tamanho)

Para a massa de choux:

  • 90  ml de água
  • 40  gramas de manteiga ou margarina
  • 1 pitada de sal
  • 1 uma colher de chá cheia de açúcar
  • 60 gramas de farinha de trigo
  • 2 ovos grandes

Para rechear:

Para cobrir:

  • 150 gramas de chocolate derretido em banho-Maria com 2 colheres de sopa de natas.

Preparação:

Aqueçam o forno a 220ºC.

Forrem um  tabuleiro com papel vegetal.

Num tacho deitem a água, a manteiga, o sal e o açúcar. Aqueçam em lume médio até levantar fervura.

Quando estiver a ferver retirem do lume e rapidamente juntem a farinha peneirada, mexam bem. Voltem a colocar a massa ao lume, mexendo sempre, até que a massa comece a secar e se descole do fundo e paredes do tacho.

Passem a massa para uma tigela e batam-na durante mais ou menos um minuto para que arrefeça um pouco.

Incorporem os ovos, um de cada vez, batendo bem entre cada adição. Com o primeiro ovo a massa vai parecer talhada, não se preocupem,  continuem a bater. Eu uso a batedeira porque é realmente muito mais fácil, mas podem bater a massa com uma colher de pau.

Assim que a massa estiver pronta,  vão ter de trabalhar rapidamente. Para fazer os Rins podem usar um saco de pasteleiro, ou simplesmente ir colocando colheres de massa no tabuleiro dando-lhes a forma desejada.

Esta massa cresce imenso, tomem atenção ao espaço entre os Rins no tabuleiro.

Coloquem o tabuleiros no forno (220◦C ) até os Rins terem crescido e ganharem uma cor dourada. (8 a 10 minutos). Muita atenção que neste período não podem abrir a porta do forno, ou  os Rins desmaiam e ficam achatados.

Baixem a temperatura para 180◦C e continuem a cozedura durante mais 10 a 15 minutos até os Rins  estarem secos. O resultado final deve ser um bolo muito leve e oco por dentro.

Depois de frios recheiem os Rins com Creme de Pasteleiro e cubram-nos com chocolate derretido.