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O Carnaval de outros tempos, gelados e fatiotas, e as semlor deste ano.

Parece-me até incrível reconhecer que até talvez aos meus dez anos gostei de festejar o Carnaval. A minha mae e a mormor faziam os nossos fatos, havia até um Burda só com roupas de Carnaval.

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A grande Semla

Chegou a época das semlor, no restaurante já perdi a conta à quantidade destes bolinhos que fiz ou recheei. E todos ao chegar o tempo do Carnaval, parece que toda a Suécia se enche de semlor, há sabores e tamanhos diferentes, fotografias sem fim no Instagram.

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Tjejsemlor – as parvas das feministas, e um lanche cor-de-rosa para todos.

A Suécia é conhecido como o país dos que se ofendem facilmente, e de entre todos os suecos, ninguém se ofende com tanta frequência como as feministas.

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Este não é um país perfeito, se és uma mulher em idade de ter filhos tens menos probabilidades de conseguir um emprego do que um homem, os salários das mulheres são em média mais baixos do que os dos homens….
Por outro lado uma mãe solteira tem um imenso apoio do estado, se tiveres como “emprego – mãe” podes sempre largar os miúdos numa espécie de infantário para tratar dos teus assuntos, e a licença de maternidade estende-se por um ano ou mais.
Não vivemos num país onde és apedrejada por olhares para um homem, onde não podes sair à rua sem ser com uma tenda vestida, onde não és mais do que a sombra do homem que te comprou ao teu pai.

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Mas estes assuntos não preocupam em nada as feministas suecas. O que as ofende, o que as faz irem para os jornais a gritar descriminação, não é a morte de mais uma mulher do outro lado do mundo num “acidente doméstico”, é um bolo, um bolo!
E isto porque houve uma Padaria, cuja dona é também mulher, que teve o desplante de vender semlor mais pequenas e cor-de-rosa às quais chamou “ semlor para as miúdas”. As verdadeiras semlor são enormes, eu nunca consegui comer uma inteira, e olhem que gosto de comer, a ideia das mini semlor é fantástica, mas não para as feministas, que desataram logo aos gritos que é por estas coisas que temos bulimia e anorexia.
Patético? Ainda há melhor!
É que ao mesmo tempo que as feministas de Malmö e graças ao lobby hipster e trendy da cidade estavam a obrigar a dona da padaria a mudar o nome dos bolos que vendia, a iniciativa feminista de Estocolmo (partido feminista sueco) servia nas suas festas, adivinhem… “semlor para as míudas” e cor de rosa, para não haver dúvidas.

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Sábado depois do banquete dos maçons e do serviço de jantar, depois de um turno de doze horas, tive de esperar para chegar a casa porque as feministas de Malmö, tinham decidido fazer uma manifestação, aberta segundo o seu manifesto a mulheres e transexuais, às onze da noite.
Estas mulheres desgraçadas, humilhadas, exploradas, largaram a filharada em casa com os maridos, e saíram para as ruas numa espécie de rave ambulante a gritar as palavras de ordem “abaixo o nazismo, abaixo a sociedade patriarcal, abaixo o capitalismo!”
Nazismo…capitalismo, a mesma coisa portanto, está-se a ver, farinha do mesmo saco…

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E eu que como sabem, já tarde na vida mudei de profissão e consegui por nada mais que não o meu esforço e valor, um lugar numa profissão maioritariamente masculina, que lutei por ser respeitada não por ser mulher ou homem, mas sim um bom chef, eu que pago os meus impostos e cumpro os meus deveres de cidadã, senti-me envergonhada.
As feministas suecas fazem-me ter vergonha de ser mulher.
E por isso e só para elas, que fiz estes pãezinhos com a muito tradicional massa de semlor, cor-de-rosa, com pouco açúcar, o estereótipo da sobremesa para mulheres. O viking adorou, e hoje levo uma caixa para partilhar com os meus colegas que (se as feministas sabem disto temos já uma manif à porta do restaurante) me tratam por “honey” ou “love”, e me carregam com os sacos de trinta quilos de farinha, e fazem tudo o que eu por ser mais baixa e mais fraca, e não por ser mulher, não consigo fazer com tanta facilidade.
Abaixo as palermas das feministas suecas!!

Pãezinhos de semlor com doce de morangos e creme fraiche
Ingredientes:
Meia receita de semlor. (sigam as instruções para a massa e cozedura, mas formem pequenos pãezinhos estilo scones)
Doce de morango ( uso sempre o mesmo)
Creme fraiche 34%

Preparação:
Preparem os pãezinhos e deixem-nos arrefecer,
Batam o creme fraiche e misturem um pouco do doce de morangos.
Recheiem os pãezinhos com mais doce de morangos e uma colher do creme fraiche. Partilhem com quem vos respeita e merece, independentemente do seu sexo.

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Semlor 2015 – o primeiro dos sabores escolhidos pelos meus fregueses

Há uns dias pedi-vos que me ajudassem a escolher o sabor das semlor deste ano.
Ontem se me acompanham no facebook, viram a enorme semla que partilhámos no Ikea. Sei que em Portugal o Ikea também vende estes bolos, e deixem-me que vos diga que não se comparam nem de longe com a qualidade e sabor dos que fazemos em casa.

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A receita que uso é muito simples e sempre a mesma, mas este ano adicionei gengibre e cardamomo à massa.
Podem ver a receita aqui.
O primeiro dos recheios deste ano é………
Creme de pasteleiro aromatizado com café.

E säo deliciosas! O viking, admito, não gosta de inovações no que toca a este tipo de bolos tão clássicos e pediu-me que também lhe fizesse as tradicionais semlor com massa de amêndoa e natas.
Ainda tenho imensas semlor, e vou publicar de entre as vossas sugestões, mais um ou dois sabores, por isso continuem a deixar as vossas ideias.

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Já sabem que na Padaria há imensos posts sobre estes bolos suecos, basta seguirem os links deste post. (mais receitas, tradições e história das semlor.)

Não sei se repararam mas abri na barra acima um página “caixa de sugestões”, e que serve para os vossos pedidos de posts que gostariam de ver na Padaria. Vale tudo de arranjar peixe a fazer massa folhada, aspectos da Suécia ou da cozinha no restaurante, e até posts sobre as minhas facas como este que escrevi para a Catarina.

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E sobre as semlor de hoje:

Vão precisar de: (6 semlor grandes ou 12 pequenitas)

Meia receita de semlor
Uma receita de creme de pasteleiro aromatizado com café.
Chantilly

Comecem por fazer as vossas semlor e deixem-nas arrefecer.
Façam o creme de pasteleiro misturando ao leite 2 colheres de chá de café solúvel. Podem se preferirem ferver o leite com grãos de café inteiros e depois passar o preparado por uma rede, mas não obterão a mesma cor linda de café com leite.

Cortem os chapelinhos e retirem o interior das semlor
Recheei-nas com com o creme de pasteleiro misturado com um pouco de chantilly. Cubram com mais chantilly, coloquem o chapelinho e polvilhem com icing sugar antes de servir.