A minha vida na Suécia · A Pastelaria · Ana - cozinheira · bolinhos e bolachas

Tjejsemlor – as parvas das feministas, e um lanche cor-de-rosa para todos.

A Suécia é conhecido como o país dos que se ofendem facilmente, e de entre todos os suecos, ninguém se ofende com tanta frequência como as feministas.

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Este não é um país perfeito, se és uma mulher em idade de ter filhos tens menos probabilidades de conseguir um emprego do que um homem, os salários das mulheres são em média mais baixos do que os dos homens….
Por outro lado uma mãe solteira tem um imenso apoio do estado, se tiveres como “emprego – mãe” podes sempre largar os miúdos numa espécie de infantário para tratar dos teus assuntos, e a licença de maternidade estende-se por um ano ou mais.
Não vivemos num país onde és apedrejada por olhares para um homem, onde não podes sair à rua sem ser com uma tenda vestida, onde não és mais do que a sombra do homem que te comprou ao teu pai.

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Mas estes assuntos não preocupam em nada as feministas suecas. O que as ofende, o que as faz irem para os jornais a gritar descriminação, não é a morte de mais uma mulher do outro lado do mundo num “acidente doméstico”, é um bolo, um bolo!
E isto porque houve uma Padaria, cuja dona é também mulher, que teve o desplante de vender semlor mais pequenas e cor-de-rosa às quais chamou “ semlor para as miúdas”. As verdadeiras semlor são enormes, eu nunca consegui comer uma inteira, e olhem que gosto de comer, a ideia das mini semlor é fantástica, mas não para as feministas, que desataram logo aos gritos que é por estas coisas que temos bulimia e anorexia.
Patético? Ainda há melhor!
É que ao mesmo tempo que as feministas de Malmö e graças ao lobby hipster e trendy da cidade estavam a obrigar a dona da padaria a mudar o nome dos bolos que vendia, a iniciativa feminista de Estocolmo (partido feminista sueco) servia nas suas festas, adivinhem… “semlor para as míudas” e cor de rosa, para não haver dúvidas.

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Sábado depois do banquete dos maçons e do serviço de jantar, depois de um turno de doze horas, tive de esperar para chegar a casa porque as feministas de Malmö, tinham decidido fazer uma manifestação, aberta segundo o seu manifesto a mulheres e transexuais, às onze da noite.
Estas mulheres desgraçadas, humilhadas, exploradas, largaram a filharada em casa com os maridos, e saíram para as ruas numa espécie de rave ambulante a gritar as palavras de ordem “abaixo o nazismo, abaixo a sociedade patriarcal, abaixo o capitalismo!”
Nazismo…capitalismo, a mesma coisa portanto, está-se a ver, farinha do mesmo saco…

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E eu que como sabem, já tarde na vida mudei de profissão e consegui por nada mais que não o meu esforço e valor, um lugar numa profissão maioritariamente masculina, que lutei por ser respeitada não por ser mulher ou homem, mas sim um bom chef, eu que pago os meus impostos e cumpro os meus deveres de cidadã, senti-me envergonhada.
As feministas suecas fazem-me ter vergonha de ser mulher.
E por isso e só para elas, que fiz estes pãezinhos com a muito tradicional massa de semlor, cor-de-rosa, com pouco açúcar, o estereótipo da sobremesa para mulheres. O viking adorou, e hoje levo uma caixa para partilhar com os meus colegas que (se as feministas sabem disto temos já uma manif à porta do restaurante) me tratam por “honey” ou “love”, e me carregam com os sacos de trinta quilos de farinha, e fazem tudo o que eu por ser mais baixa e mais fraca, e não por ser mulher, não consigo fazer com tanta facilidade.
Abaixo as palermas das feministas suecas!!

Pãezinhos de semlor com doce de morangos e creme fraiche
Ingredientes:
Meia receita de semlor. (sigam as instruções para a massa e cozedura, mas formem pequenos pãezinhos estilo scones)
Doce de morango ( uso sempre o mesmo)
Creme fraiche 34%

Preparação:
Preparem os pãezinhos e deixem-nos arrefecer,
Batam o creme fraiche e misturem um pouco do doce de morangos.
Recheiem os pãezinhos com mais doce de morangos e uma colher do creme fraiche. Partilhem com quem vos respeita e merece, independentemente do seu sexo.