Heston Blumenthal · Restaurantes

Almoço no Dinner by Heston Blumenthal – parte dois

No último episódio deixei-vos depois de termos comido as entradas e eu ter visitado a cozinha para ver os famosos ananases. (Como sempre nestes posts, desculpem a falta de qualidade das imagens….)
Voltei à mesa tão contente como uma criança no Natal e confesso que não resisti e enviei aos meus colegas uma fotografia  do restaurante “adivinhem onde estou!” O HC respondeu dois minutos depois. “No Dinner?

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E entre a menina que vem à mesa com uma escovinha limpar as migalhas do pão, o sommelier sempre atento aos nossos copos e o Jonathan que estava a tomar conta da nossa mesa, lá chegaram os pratos principais:
Powdered Duck Breast (c.1670) – Smoked confit fennel & umbles -peito de pato com funcho confitado e fumado e umbles (miudezas). O pato é cozinhado sous vide como fazemos no restaurante e é realmente deliciosos e muito macio.

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O nosso segundo prato foi Roast Halibut (c.1830) – Mussel & seaweed ketchup, salmon roe & sea rosemary – halibute assado com ketchup de ameijoas e algas, ovas de salmão e alecrim do mar. Uma apresentação maravilhosa e um prato fantástico. Adorámos as bolinhas refrescantes do salmão e o peixe cozinhado na perfeição.

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Acompanhámos os pratos principais com as conhecidas batatas fritas três vezes, sobre as quais eu tinha lido tantas vezes, e são realmente do outro mundo. Sequinhas, com uma primeira camada estaladiça e um interior macio e leve.

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Mais vinho, mais conversa com o sommelier….e as sobremesas…ai as sobremesas….Eu por esta altura admito que já estava mais do que satisfeita, mas claro que há sempre lugar para as sobremesas. O Jonathan perguntou se também queríamos o muito popular gelado feito com nitrogénio/azoto líquido que é preparado num carrinho de gelados ao lado da nossa mesa, mas nós recusámos com muita pena, fica para a próxima vez.
As sobremesas…..
Tipsy Cake (c.1810) – Spit roast pineapple – O ananas cozinhado no espeto que eu tinha ido ver à cozinha, acompanhado por um tachinho de brioche, ensopado num creme delicioso. Uma maravilha de sobremesa, mas bastante doce, o que teria sido fantástico se não estivéssemos já no fim de uma maratona gastronómica. Eu gostava que este restaurante estivesse aberto como bar de sobremesas para eu as poder provar todinhas…..

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A nossa segunda opção foi: Chocolate Bar (c.1700) – Passion fruit jam & ginger ice cream – Barra de chocolate com gelado de maracujá e gengibre. Esta foi a sobremesa escolhida pelo viking que não passa sem chocolate. Que vos posso dizer? Chocolate, maracujá, gengibre, doce o suficiente, rico e voluptuoso que baste para nos deixar nas nuvens.

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Já com os últimos copos da nossa garrafa de vinho alentejano bebidos, chegaram os cafés e uma mini sobremesa como extra oferecido pelo restaurante, ganache de chocolate e biscoitos de sementes de endro. (tenho de fazer estes biscoitos…lembrem-me)

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A conta chegou à mesa já trancada na máquina, o que não nos permitiu deixar uma compensação para o serviço e os chefs que nos proporcionaram umas horas maravilhosas. Eu ainda perguntei se podia acrescentar um extra mas o serviço está incluído, não aceitam gorjetas.
Nós agradecemos imenso a refeição, e o serviço e antes de nos levantarmos o Jonathan disse-nos que se pudéssemos esperar um bocadinho, nos levava para uma visita guiada à cozinha. Na cozinha uma segunda vez!! Eu quase me levantei para lhe dar um abraço, mas contive-me, foi difícil.
Desta vez o meu viking, que não tem interesse nenhum em visitar cozinhas, acompanhou-me, eu lá fui fazendo perguntas aos chefs, e admito que se pudesse tinha ficado logo lá a preparar o serviço de jantar. Contaram-me como está organizada a cozinha, os horários, quantos chefs, a que horas comem, falaram-me da cozinha onde se faz toda a preparação e que nunca vemos. E responderam educadamente às perguntas que eu lhes fiz relativas à preparação de alguns pratos. (O viking já um bocadinho aborrecido, admito.) Perguntei outra vez se podia tirar umas fotografias e para terminar, o Jonathan disse que se nos colocássemos em frente ao passe nos tirava uma fotografia aos dois na cozinha. Eu não sou nada fotogénica, e fiquei com uma cara entre o “parva” e o “oh meu Deus oh meu Deus, isto não me está acontecer”, mas foi um final perfeito.

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Despedimo-nos, trouxeram-nos os nossos sacos do Fortnum & Mason e saímos do hotel para um passeio pelo hyde Park antes de regressarmos ao nosso hotel.

"Viking, estiveste no Dinner? Conta-nos tudo!"
“Viking, estiveste no Dinner? Conta-nos tudo!”

E embora eu não goste de falar de dinheiro, creio que é uma informação importante caso queiram visitar este restaurante, desculpem-me o mau gosto. O preço final foram quase 270 libras (penso que aproximadamente 380 €), duas entradas, dois pratos principais, duas sobremesas, dois cafés, uma dose de batatas fritas, uma garrafa de vinho (70£). Ao almoço há também um menu mais simples (38£ – três pratos).
É um restaurante descontraído, podemos partilhar uma sobremesa ou beber coca-cola em vez de vinho, tomara eu que todos os restaurantes com estrelas Michelin recebessem tao bem os seus convidados com este. Em termos de serviço e qualidade da comida, não há melhor, não há. Se tiverem oportunidade, não percam uma refeição no Dinner, é uma experiencia que nunca esquecerão.