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Consolo espiritual – a piscina de arroz doce

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“Certa noite de Janeiro de 1996 sonhei que me atirava a uma piscina de arroz doce, onde eu nadava com a graciosidade de uma toninha. É a minha sobremesa favorita (…)”  Isabel Allende

A autora continua contando que durante a doença da sua filha Paula, entrou certo dia num restaurante e comeu sem pestanejar, e na esperança de que este lhe trouxesse algum consolo espiritual, cinco pratos de arroz doce. Este livro, meio ficção,  meio guia, meio receituário,  dedicado ao amor, ao prazer, à luxúria e à comida  serviu para ajudar Isabel Allende a recuperar a alegria de viver depois da morte de Paula.
 A mim encanta-me especialmente a referência ao arroz doce, porque me lembra a minha avó, e o seu arroz doce, sem ovos, cremoso e decorado com canela em linhas perfeitas e fininhas, corações e letras, servido em pratinhos de vidro.
Aproveito este post para participar no  Novel Food deste mês, um grupo organizado pela Simona e pela Lisa, onde se juntam dois dos meus maiores prazeres, livros e comida.

 

 

 

 

Ingredientes:

1 litro de leite

115 gramas de arroz

Casca de limão

1 pau de canela

120 gramas de açúcar

2 colheres de sopa de Custarda (dissolvida num pouco de leite)

2 colheres de sopa de manteiga

Preparação:

Levem ao lume o leite, o pau de canela, a casca de limão, o açúcar. Deixem levantar fervura, adicionem a manteiga e o arroz e cozam em lume brando durante aproximadamente meia hora. Acrescentem a manteiga e a custarda, cozam durante mais alguns minutos.  Retirem o pau de canela e a casca de limão, deitem o arroz em pires ou tigelinhas pequenas e decorem com canela.

Novel Food-  Feb. 2011 –  APHRODITE: A Memoir of the Senses – Isabel Allende – Portuguese Rice Pudding.

 In Allende’s words, Aphrodite is “a mapless journey through the regions of sensual memory, in which the boundaries between love and appetite are so diffuse that at times they evaporate completely.”  This book was written after a three-year period of mourning the death of her only daughter Paula. Allende writes that once she had  a dream  where  was  diving into a pool filled with her favorite dessert, rice pudding. The food/erotic dreams mark the beginning of her journey back to life and help her rediscover pleasure.

One January night in 1996 I dreamed that I jumped into a swimming pool filled with rice pudding, where I swam with the grace of a porpoise. . . . I dived in, and that delicious creaminess caressed my skin, slipped into all the crevices of my body, and filled my mouth.

 

Inspired by the book, I prepared for Novel Food Portuguese rice pudding, “arroz doce –  sweet rice”, the way my  grandmother used  to make it, creamy and eggless, decorated with cinnamon.

10 opiniões sobre “Consolo espiritual – a piscina de arroz doce

  1. Ana, passei a espreitar os teus arroz doce! Para mim também é sinal de comida de conforto. Associo à minha avó, à infância, ao aconchego, aos dias frios. Gosto de o fazer na altura das festas, natal, páscoa e aniversários. E todos gostamos cá em casa. Até o meu pai, que não é muito doceiro, sei que no seu dia de anos, delira com um pratinho de arroz doce.
    Gostei também do arroz doce de Veneza, parece maravilhoso.
    Um beijinho.

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